quarta-feira, 7 de julho de 2010

Do primeiro capítulo II



Quando a saudade começar a constituir o ser,
Não mais verá a verdade absoluta da existência do eu, mas,

Terá a necessidade, quase simbiótica, de encontrar o outro, para sempre.


Quando esse desejo nefasto tomar conta de seu coração já impuro,
De suas precedentes batalhas, perdidas e sem objetivo,
Verá que o erro é agora a base de sua obtusa vida,
E soluçando com o peito doendo ficará feliz ao ouvir a respiração.

-
Olho agora para os lados e encontro as janelas abertas,
Olho fixamente para o restante de sol que oferecem.
Penso; quando foi que a vida começou a responder as minhas divagações,
E quando foi que estes acordes começaram a me fazer sentido?

A incerteza da vida, para minha pessoa, tem tanta beleza quanto
Uma brisa reconfortante em uma tarde de amena de sábado.
Agora tenho que esconder mais uma vez meu ego,
Pois meu umbigo não vai agüentar mais uma palavra sobre mim.

-

Ele diz que necessita do outro para formar sua personalidade
Mas o outro também diz, que necessita dele para igualmente formar a sua,
Os dois cruzam a mesma porta, cumprimentam-se, olham simultaneamente para seus sapatos embarrados e não se olham mais.

Disse à moça, venha cá pequena. Venha me fazer feliz e somente isso,
Não lhe ofereço nada em troca a não ser minhas palavras distorcidas
E sei que gozarás com o entendimento das mesmas, pois, eu as faço
Somente para ti, assim, como para as outras em outros tempos.

Ela sorri, o beijando em suas duas faces, ao mesmo tempo em que fala
Raspando em suas duas orelhas:
Na esquerda em áspero tom; seja aquele que queres pensar que eu queira que seja, pois, tanto faz para nós dois.
Na direita em semblante aberto; seja aquele que nunca irá ser, mas seja e não o contrário.




Ele abre a porta e vai embora sem hesitar,
Deixando sua foto na mesa com flores da estação.

16 comentários:

Anônimo disse...

quanto nas entrelinhas, com tão pouco a ser entendido verdadeiramente.
afinal, tens quantos de ti dentro de ti mesmo?

Prates, F. disse...

O infinito e mais um.

Anônimo disse...

Por isso és indecifrável, transcendente e exacerbado. Um ser encantador, embora incompreensível.

Prates, F. disse...

Agora eu ja sei quem foi que comentou

Anônimo disse...

Não te convenças tão fácil... Acha que sabes, mas duvido que realmente o saibas.
"Decifra-me ou devoro-te"

Prates, F. disse...

"Devora-me e faço-te vomitar"

Anônimo disse...

Engraçado, hein? Impressionante como sempre tenta medir forças, numa tentativa incansável de se reafirmar, talvez até para ti mesmo. Não precisas disso. E sabes bem.

Prates, F. disse...

Já não é a primeira vez que não fala nada com nada...

Anônimo disse...

Para "ruim entendedor" é perda de tempo explicar... mas eu me divirto!

Prates, F. disse...

Isso ae. Agora assumiu mesmo que não tem nada à acrescentar! Mas obrigado por perder teu tempo postando ;)

Anônimo disse...

Olha, acho que não entendestes. A acrescentar eu tenho sim, mas não adianta falar para as paredes (se o ouvinte não está apto a entender, né?). É discurso vago, se não for aproveitado. Mas, talvez tenhas razão, acho que perdi meu tempo.

*Ayslan Schmidt* disse...

"E quando foi que estes acordes começaram a me fazer sentido?"

Nunca farão...
:S

Vinicius Ferrari disse...

Tipo, parece que o nobre edil ali de cima é um velho conhecido seu. Estou certo?

ahsusahushsa

Parecem aqueles arqui-inimigos de desenhos animados, ou filmes antigos, onde a batalha sempre acaba empatada.

ashuahsuausa

Abraço.

Prates, F. disse...

Não... Quem não se identifica não pode ser meu inimigo. Só tentou me machucar com palavras que não usa normalmente, da pena até.

Nem senti ;)

Anônimo disse...

Fernando vive sempre na faixa de Gaza, pronto pra guerra. Pra quê tanta beligerância? Pra começar, ninguém quis te machucar aqui. Fiz um elogio ao teu texto e tu supôs que fosse deboche, sei lá... E faz tanto tempo que não nos falamos que tu não podes afirmar que eu não fale assim, normalmente!
Pero bueno, não sou teu arqui-inimigo. Muito pelo contrário, a sociedade se desfez, mas ainda dividimos os ativos e passivos, numa boa, creio...hehehe

Prates, F. disse...

Faço idéia até... Hahahaha.

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