Qual é essa vontade atávica que nos remete a lembranças?
De que servem estas lembranças para compreendermos o futuro?
Que servirá compreender o futuro, se nos remetemos sempre ao passado?
Assim como o Chamamé, que é um envergonhado filho do Tango,
Somos os acanhados filhos do passado, que nega sua linhagem.
O passado se perdeu ao pensar no futuro, o prevendo, o medindo.
Seremos então o que um dia se pensou em ser o futuro do horizonte,
Somos o passado de um futuro distante em pensamento e próximo em data.
Nada somos se não o passado de nossa vontade de prever o que seremos,
Aqueles que se perderam ao pensar que não são nada a não ser o presente.
Somos o passado do futuro de outros tempos; Esqueça!
Para o tango, somos apenas el hermoso chamamé,
E para nós mesmos, não somos nada. Apenas.
Prates, F.