terça-feira, 3 de agosto de 2010

Do primeiro capítulo III (O final do ato)



Ele se vê frente a frente com o seu antigo companheiro de pensão,
Que lhe faz muitas indagações sobre sua vida no hoje.
Enquanto bebem uma boa dose de conhaque divagam sobre o céu,
Sem esquecer um segundo sequer do seu tão amado inferno.


Um dos cadáveres fétidos, vítima da ilusão obscura da inobservância,
Faz com que um dos senhores, o possuidor da menor barba, chore.
- Por que fazes isso comigo, enquanto te quero tão bem - diz ele;
 A falta de resposta adjunta com a respiração trêmula e olhos nublados pelas lágrimas ainda presas e também pela consciência da frieza dos termos utilizados por ele;

Vai embora e se da início o vento de agosto.


-

Antes de ler o relato de Antônio, a moça o corta em mil pedaços,
Antônio fecha seu rosto em um semblante comum entre senhores,
Enquanto seu coração se desfaz em lágrimas e grita para saírem as palavras verdadeiras que sua alma embriagada joga em seu consciente.

Não era a vontade de Antônio que isso acontecesse, porem, era a vontade de seu deus,
Que agora o olha com um sorriso enfático de um ancião judeu.
Agora ela esta morta e não há nada que faça isso mudar a não ser a vontade de Antônio; Mas não é esse o seu desejo.

-

Ele disse para mim, você será tudo aquilo que você nunca desejou ser,
E terá que ser assim até não mais desejar ser nada a não ser você.
Olhei suspiroso  para o mar e vi a lua em seu esplêndido reflexo.
Por que o reflexo torna-se mais importante do que o refletido para o humano comum?

Ele nunca desejou tanto o final do dia quanto hoje,
Talvez ela não, mas, ele não liga para o outro.
Ele só quer uma coisa; a coisa que ninguém mais deseja.
O fim da procura viciosa pelo inexistente. Olhou para o nada.

Pela última vez neste dia, fechou seus olhos.